1. Back-Rank Mate
Um Back-Rank mate é um xeque-mate entregue por uma torre ou rainha ao longo da última fileira, em que o rei atacado é incapaz de subir no tabuleiro porque o rei é bloqueado por peças amigáveis (geralmente peões) na segunda fileira. Como mostra a figura abaixo:
Vejamos alguns exemplos práticos:
1. Dxe8+ Txe8 2.Txe8#
1. Df7+ Rh8 2. Df8+ Bxf8 3.Txf8#
2. Hook Mate
O Hook Mate envolve o uso de uma torre, cavalo e peão, juntamente com uma peça de bloqueio para limitar a fuga do rei do oponente. Neste mate, a torre é protegida pelo cavalo e o cavalo é protegido pelo peão. Como mostra a figura abaixo:
Vejamos alguns exemplos práticos:
1. Tg7+ Bxg7 2. Txg7+ Tg6 3. Txg6#
1. Dxc8+ Rxc8 2. Te8+ Rb7 3. Tb8# (se 2...Rd7 3.Td8#)
3. Mate de Anastasia
No mate de Anastasia, um cavalo e uma torre se juntam para prender o rei oponente entre a lateral do tabuleiro de um lado e uma peça amigável do outro. Este xeque-mate recebeu esse nome do romance "Anastasia und das Schachspiel", de Johann Jakob Wilhelm Heinse.
Observe na figura abaixo:
Vejamos alguns exemplos práticos:
1. Ce7+ Rh8 2. Dxh7+ Rxh7 3. Th5#
1. Ce2+ Rh1 2. Dxh7+ Rxh7 3. Th6#
Treinos às terça e quinta das 17h às 18h30 no IFSP Avaré.
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
NOTAÇÃO ALGÉBRICA
Sistema de notação algébrica é um método usado hoje em todas as organizações de competição de xadrez e a maioria dos livros e periódicos para registrar e descrever lances de partidas de Xadrez.
Nomeando as casas do tabuleiro
Nomeando as casas do tabuleiro
A notação começa com a identificação de cada casa do tabuleiro de Xadrez com uma coordenada única. Primeiro as colunas (isto é, as fileiras em paralelo à direção que os jogadores estão olhando) são denominadas com as letras a a h em minúsculas, da esquerda do jogador com as "brancas". Então a coluna "a" fica à esquerda do branco, à direita do preto.
Então as linhas (fileiras horizontais entre os jogadores) são numeradas de 1 a 8, começando com a primeira linha das peças do branco. Portanto, a linha das peças principais do preto é a linha 8. Cada casa do tabuleiro, então tem a sua identificação única de letra de coluna e número de linha. O Rei branco, por exemplo, começa o jogo na casa e1'. O cavalo preto na b8 pode se mover para a a6, c6 ou d7 (caso estejam vagas).
Nomeando as peças
Cada tipo de peça (que não seja um peão) é identificada por uma letra maiúscula, geralmente a primeira letra do nome daquela peça em qualquer linguagem que é falada pelo jogador que estiver anotando. Em português, os jogadores usam R para o rei, D (de dama, já que R já é usado) para a rainha, T para a torre, B para o bispo, e C para o cavalo.
Os jogadores podem usar letras diferentes em outras línguas. Por exemplo, jogadores de língua inglesa usam o K para o rei (de king) e os franceses utilizam o F para o bispo (de fou). Na literatura enxadrística escrita para um público internacional, as letras específicas de língua são substituídas por ícones universais para as peças, produzindo a notação de figuras. Por exemplo, ♞c6.
Os peões não são indicados por uma letra, mas pela ausência dessa letra - não é necessário para distinguir os peões para jogadas normais, já que os peões podem avançar apenas para a frente (capturas são identificadas diferentemente; veja abaixo)
Notação para as jogadas
Cada jogada é indicada pela letra da peça, mais a coordenada da casa de destino. Por exemplo Be5 (bispo se move para e5), Cf3 (cavalo se move para f3), c5 (peão se move para c5 -- sem inicial no caso de jogadas com peão). Em algumas publicações, as peças são indicadas por representações gráficas ao invés de iniciais.
Notação para capturas
Quando uma peça faz uma captura, um x é colocado entre a inicial e a casa de destino. Por exemplo, Bxe5 (bispo captura a peça em e5). Quando um peão faz uma captura, a coluna da qual o peão partiu é usada no lugar da inicial da peça. Por exemplo, exd5 (peão na coluna e captura a peça em d5). "Dois pontos" (:) às vezes é usada, tanto no lugar do x (B:e5) quanto após a jogada (Be5:). Capturas En passant (ver peão) são especificadas pela casa de partida do peão que capturou, o x, e a casa para qual ele se move (não o localização do peão capturado), originalmente seguido pela notação "e.p.". Não é obrigatório que se especifique que a captura foi en passant porque a captura de uma mesma coluna que não en passant teria uma casa de destino diferente. Com a notação abreviada, a indicação de captura "x" é sempre requisitada enquanto o sufixo de jogada en passant "e.p." é sempre esquecido.
Jogadas de desambiguação
Se duas peças idênticas podem se mover para a mesma casa, a inicial da peça é seguida por:
- (1) se ambas as peças estão na mesma linha, a coluna de saída;
- (2) se ambas as peças estão na mesma coluna, a linha de saída.
Promoção de peão
Se um peão chega à última linha, alcançando a promoção, a peça escolhida é indicada após a jogada, por exemplo e1D, b8B. Algumas vezes um sinal "=" é usado: f8=D.
Roque
O roque é indicado pela notação especial 0-0 para o roque do lado do rei e 0-0-0 para o lado da rainha.
Xeque e xeque-mate
Uma jogada que coloca o rei do oponente em xeque pode ter a notação "+" adicionada. O xeque-mate também pode ser indicado como "#" (alguns usam "++" no lugar, mas entidades oficiais recomendam "#"). A palavra 'mate' escrita ao final da notação também é aceito.
Fim do jogo
quinta-feira, 15 de agosto de 2019
FINAL - REI x REI E PEÃO
O ganho só é possível com a promoção do peão a dama ou torre. Este é objetivo do lado que possui o peão; o adversário, consequentemente, deverá capturar o peão ou impedir sua promoção. Nestes finais há duas eventualidades distintas:
a) o peão está afastado de seu rei;
b) o peão está acompanhado de seu rei
Para se determinar quando é possível capturar o peão afastado de seu rei, lembramos uma regra simples, muito prática.
Regra do Quadrado
Constrói-se um quadrado imaginário sobre o tabuleiro, tendo por lado a distância que vai do peão até a oitava horizontal, isto é, até o fim de sua coluna.
Surgem daí três hipóteses:
1. O rei preto está dentro do quadrado; o lance pertence ao peão. O rei preto alcança-o contudo, e captura-o em seguida.
2. O rei preto está fora do quadrado; o lance ainda é do peão. O rei preto, aqui, não alcança o peão. Temos, consequentemente, a promoção do peão.
3. O rei preto está fora do quadrado, porém seu é o lance. Penetrando o quadrado ganhará o peão.
Esclareçamos: quando as brancas jogam, estando o rei preto situado fora do quadrado, o avanço do peão determinará um quadrado, cujo lado estaria formado de quatro casas. Nestas condições, o rei preto não alcançará o peão. Este, portanto, será coroado.
Estando o peão acompanhado de seu rei e o rei inimigo se colocando na mesma coluna do peão, ou em condições de atingi-la, o ganho dependerá da possibilidade de expulsar-se o rei dessa coluna. Nestes casos levará vantagem o lado que tiver a oposição.
Os reis estão em oposição quando se situam numa mesma coluna, separados apenas por uma casa. Diz-se que um lado ganha a oposição, quando, movendo-se o rei, coloca-o em oposição ao rei inimigo, cabendo o lance seguinte ao adversário.
Ganhar a oposição, nos finais de rei e peão x rei, é manobra fundamental, tanto para as brancas, o lado superior, como para as pretas.
Por que é vantajoso ter a oposição?
As vantagens são ocupar casas importantes com o rei, evitar que o adversário o consiga e afastar o rei inimigo da casa vital.
A oposição pode ser vertical, horizontal, diagonal e distante.
Na oposição vertical e horizontal o rei branco tira três casas do rei preto; na diagonal, apenas uma casa.
A oposição distante é uma extensão do mesmo princípio. Quando os reis estão na mesma coluna, separados por um número ímpar de casas, o lado que acabou de jogar tem a oposição distante. A oposição distante tem larga aplicação nas posições bloqueadas. Todos os tipos de oposição são igualmente eficientes no sentido de controlar casas vitais e impedir essa vantagem ao rei inimigo. Se a oposição constitui uma superioridade ganhante, a resposta depende da posição dos peões. Vejamos agora sua aplicação nos finais que estamos estudando.
Rei atrás do peão
Nesta situação, haverá sempre empate sempre que o rei preto, dominando a casa de promoção, puder conservar a oposição na primeira horizontal, ao atingir o peão a sexta casa.
Vejamos:
1. Re4 Re6 2. d5+ Rd7 3. Rd4 Rd8! (essencial para ganhar a oposição contra qualquer lance das brancas). 4. Re5 Re7 5. d6+ Rd7 6. Rd5 Rd8! E não 6...Re1?; por 7. Re6!, ganhando as brancas a oposição e a partida. 7. Rc6 Rc8 8. d7+ Rd8 9. Rd6 1/2-1/2
Nestas posições as pretas não perdem nunca, contanto que mantenham sempre a oposição.
Rei na frente do peão
Quando o rei branco está duas casas ou mais na frente do seu peão ganha sempre; se o rei está apenas uma casa a frente de seu peão, ganha somente tendo a oposição.
a) o peão está afastado de seu rei;
b) o peão está acompanhado de seu rei
Para se determinar quando é possível capturar o peão afastado de seu rei, lembramos uma regra simples, muito prática.
Regra do Quadrado
Constrói-se um quadrado imaginário sobre o tabuleiro, tendo por lado a distância que vai do peão até a oitava horizontal, isto é, até o fim de sua coluna.
Surgem daí três hipóteses:
1. O rei preto está dentro do quadrado; o lance pertence ao peão. O rei preto alcança-o contudo, e captura-o em seguida.
2. O rei preto está fora do quadrado; o lance ainda é do peão. O rei preto, aqui, não alcança o peão. Temos, consequentemente, a promoção do peão.
3. O rei preto está fora do quadrado, porém seu é o lance. Penetrando o quadrado ganhará o peão.
Esclareçamos: quando as brancas jogam, estando o rei preto situado fora do quadrado, o avanço do peão determinará um quadrado, cujo lado estaria formado de quatro casas. Nestas condições, o rei preto não alcançará o peão. Este, portanto, será coroado.
Estando o peão acompanhado de seu rei e o rei inimigo se colocando na mesma coluna do peão, ou em condições de atingi-la, o ganho dependerá da possibilidade de expulsar-se o rei dessa coluna. Nestes casos levará vantagem o lado que tiver a oposição.
Os reis estão em oposição quando se situam numa mesma coluna, separados apenas por uma casa. Diz-se que um lado ganha a oposição, quando, movendo-se o rei, coloca-o em oposição ao rei inimigo, cabendo o lance seguinte ao adversário.
Ganhar a oposição, nos finais de rei e peão x rei, é manobra fundamental, tanto para as brancas, o lado superior, como para as pretas.
Por que é vantajoso ter a oposição?
As vantagens são ocupar casas importantes com o rei, evitar que o adversário o consiga e afastar o rei inimigo da casa vital.
A oposição pode ser vertical, horizontal, diagonal e distante.
Na oposição vertical e horizontal o rei branco tira três casas do rei preto; na diagonal, apenas uma casa.
A oposição distante é uma extensão do mesmo princípio. Quando os reis estão na mesma coluna, separados por um número ímpar de casas, o lado que acabou de jogar tem a oposição distante. A oposição distante tem larga aplicação nas posições bloqueadas. Todos os tipos de oposição são igualmente eficientes no sentido de controlar casas vitais e impedir essa vantagem ao rei inimigo. Se a oposição constitui uma superioridade ganhante, a resposta depende da posição dos peões. Vejamos agora sua aplicação nos finais que estamos estudando.
Rei atrás do peão
Nesta situação, haverá sempre empate sempre que o rei preto, dominando a casa de promoção, puder conservar a oposição na primeira horizontal, ao atingir o peão a sexta casa.
Vejamos:
1. Re4 Re6 2. d5+ Rd7 3. Rd4 Rd8! (essencial para ganhar a oposição contra qualquer lance das brancas). 4. Re5 Re7 5. d6+ Rd7 6. Rd5 Rd8! E não 6...Re1?; por 7. Re6!, ganhando as brancas a oposição e a partida. 7. Rc6 Rc8 8. d7+ Rd8 9. Rd6 1/2-1/2
Nestas posições as pretas não perdem nunca, contanto que mantenham sempre a oposição.
Rei na frente do peão
Quando o rei branco está duas casas ou mais na frente do seu peão ganha sempre; se o rei está apenas uma casa a frente de seu peão, ganha somente tendo a oposição.
1. e3 (ganhando a oposição) Rd6 2. Rf5 Rd7 3. Rf6 Rd8 4. e4 Rd7 5. e5 Re8 6. Re6 (novamente ganhando a oposição) Rd8 7. Rf7 e o peão vai a dama.
Com o lance, as brancas perdem a oposição e há empate; se o lance for das pretas, a vitória será das brancas.
Jogam as Brancas:
1. Rf4 Rf6! 2. e4 Re6 3. e5 Re7 4. Rf5 Rf7 5. e6+ Re8 6. Rf6 Rf8 7. e7+ Re8 8. Re6 1/2-1/2
Jogam as Pretas:
1... Rd6 2. Rf5 Re7 3. Re5 Rf7 4. Rd6 Re8 5. Re6 Rd8 6. e4 Re8 7. e5 Rf8 8. Rd7 e ganham.
Rei na 6ª horizontal ganha sempre
Quando o rei está na 6ª horizontal (na frente do peão), o ganho se dará com ou sem lance. Trata-se de uma importante exceção à regra que enunciamos.
O peão da torre faz exceção
Dá-se empate sempre que o rei preto conseguir alcançar a casa inicial do bispo. Há vitória, no entanto, sempre que o rei branco conseguir chegar a casa do peão do cavalo.
quinta-feira, 8 de agosto de 2019
PARTIDA EXPLICADA
Los Angeles, 1933
Abertura dos Quatro Cavalos
Brancas: Capablanca
Pretas: H. Steiner
1.e4
É um ótimo lance inicial, e deve ser o preferido pelos que se iniciam em xadrez.
Sua finalidade é ampla:
a) Ocupa importante casa central de seu território (e4), ao mesmo tempo que exerce fiscalização em duas casas do território inimigo (as casas d5 e f5). Decorre daí uma vantagem: o inimigo não poderá ocupar essas duas casas de seu campo, ameaçadas que estariam de captura por parte do peão branco.
b) Concorre vantajosamente, para o desenvolvimento das peças brancas, por facilitar a saída do bispo do rei e da Dama.
Não é uma jogada de ataque, nem de defesa; é um lance neutro, de desenvolvimento.
1...e5
Tem as mesmas razões que o lance anterior.
2. Cf3
É um lance de desenvolvimento, de ação central, mas também de ataque. De desenvolvimento, porque o cavalo em f3 domina oito casas (f1, h2, h4, g5, e5, d4, d2 e e1), enquanto em sua casa inicial dominava apenas três (e2, f3 e h3). De ação central, porque visa duas casas do centro, d4 e e5. E é um lance de ataque, porque ameaça diretamente o peão do rei inimigo. É a melhor casa de saída para o cavalo. Inferiores seriam Ch3 (sem ação central) e Ce2, onde dominaria menor número de casas.
Qual a melhor defesa para o peão atacado das pretas? Quais as defesas diretas possíveis? Qual a melhor?
a) 2...f6. Embora, aparentemente, resolva a defesa do peão do rei, não é recomendável porque enfraquece um futuro roque preto (pelo avanço de um peão do roque e pela abertura da diagonal das brancas a2-g8 sobre o roque) e também porque priva o cavalo do rei de sua melhor casa que é f6. Também pouco colabora para o domínio central (apenas defende o peão do rei atacado) e em nada coopera para o desenvolvimento. Ao contrário, limita eventual saída da Dama pela diagonal das pretas d8-h4. Se não existissem esses motivos posicionais, para repudiar o lance 2...f6, haveria a seguinte continuação tática 2...f6; 3.Cxe5 dxe5 4. Dh5+ g6 5.Dxe5+, seguido de Dxh8, e as Brancas ganham material.
b) 2...d6. Defende o peão do rei e permite o desenvolvimento do bispo da dama, mas é de pouca ação no centro e obstrui a saída do bispo do rei. Por esses inconvenientes não é considerada boa defesa.
c) 2...De7. Salta os olhos o inconveniente deste lance: impede a saída do bispo do rei, além de não exercer ação central.
d) 2...Df6. Priva o cavalo do rei de sua melhor casa e se expõe, após o avanço do peão da dama branco, ao ataque Bg5 das Brancas. Também sem ação no centro. Não é, pois, defesa recomendável.
e) 2...Bd6. Bloqueia o avanço do peão da dama preto, dificultando o desenvolvimento do bispo da dama. É má defesa.
f) 2...Cc6. Defende o peão do rei atacado e exerce ação nas casas centrais e5 e d4. Constitui ótimo lance de desenvolvimento; não impede a saída de nenhuma peça de seu lado, domina oito casas. É por isso, a melhor defesa para o peão do rei atacado.
2...Cc6
3. Cc3
Em sua casa inicial este cavalo dominava apenas três casas (a3, c3 e d2). Agora domina oito (b1, a2, a4, b5, d5, e4, e2 e d1). Representa bom lance de desenvolvimento e com ação central nas casas e4 e d5.
3... Cf6
Bom lance, pelas mesmas razões acima apontadas.
4. Bb5
Em sua casa inicial, este bispo agia em todas as casas de sua diagonal aberta. Agora, age, ainda mais, sobre as casas a4 e c6, onde se encontra um cavalo inimigo. Com tal saída foi ampliado seu raio de ação, ao mesmo tempo que tornou possível a realização do roque pequeno. Por esse lado, constitui bom lance de desenvolvimento. Mas é igualmente lance de ataque, porquanto ameaça Bxc6, eliminando a defesa do peão do rei preto, que poderá, depois, ser capturado pelo cavalo branco de f3. Indiretamente tem ação central, pela ameaça de eliminar o cavalo inimigo, que atua sobre o centro. Trata-se, pois, de um bom lance.
4...Bb4
O contra-ataque como defesa
Este lance surpreende o principiante. Se a ameaça branca era 5.Bxc6, seguido de 6.Cxe5, parecia haver necessidade de defender o peão do rei preto, por exemplo, com 4...d6, procurando substituir a defesa, que o peão do rei irá perder devido à ameaça 5.Bxc6. Porém, essa defesa teria o inconveniente de obstruir a saída do bispo do rei, e já sabemos que as peças devem ser desenvolvidas sem prejudicar a saída das peças companheiras. E o lance do jogo organiza alguma defesa para o peão do rei atacado? A resposta é afirmativa. A jogada 4...Bb4 constitui defesa pelo contra-ataque. Visa eliminar a defesa do peão do rei inimigo, capturando o cavalo de c3 das brancas, seguindo-se da captura Cxe4. Se 5.Bxc6, procurando ganhar o peão preto, a partida seguiria do seguinte modo: 5...dxc6 6.Cxe5 Bxc3 7. bxc3 Cxe4; e as pretas recuperariam o peão. Portanto, é uma jogada de desenvolvimento, de defesa (pelo contra-ataque) e de ação central, pois vulnera uma peça inimiga (o Cc6), que exerce fiscalização nas casas centrais. Surgiu, com esse lance, um ensinamento importante: um lance de contra-ataque , substituindo uma jogada defensiva.
5. O-O
O roque deve ser realizado o mais cedo possível.
O principiante deve procurar seguir a seguinte regra: "Roque tão logo quanto seja possível e de preferência com a torre do rei". O roque permite colocar o rei em segurança e dar jogo à torre do roque. Em algumas circunstâncias pode-se realizar o roque com a torre da dama, observando um ataque ao rei inimigo, que tenha rocado com sua torre do rei (caso de roques opostos); esse ataque, tendo por base a instalação de peças na ala do rei, principalmente torres, e avanço dos peões da ala do rei. Em ocasiões mais raras, poder-se-á atrasar, deliberadamente, o roque, aguardando-se as intenções do adversário, para optar-se, conforme o caso, pelo roque em uma das alas. Entretanto, em 90% dos casos, deve-se procurar rocar, rapidamente, com a torre do rei (roque pequeno).
5...O-O
Ambos os adversários intercalaram o roque no clima de tensão de luta existente ao redor dos peões centrais.
6. d3
Defendendo o peão do rei com outro peão, ao mesmo tempo que permite a saída do bispo da dama. Trata-se de um lance de desenvolvimento e de defesa.
6...d6
As razões são as mesmas acima indicadas.
7. Bg5
Em sua casa inicial este bispo apenas controlava as casas de sua diagonal aberta. Agora, age, ainda mais, sobre as casas h4 e f6, onde se encontra um cavalo inimigo. Portanto, lance que ampliou o raio de ação do bispo da dama. O cavalo do rei preto ficou cravado, não pode mover-se sem expor a dama preta a ser capturada pelo bispo branco. Trata-se, também, de um lance de ataque. As pretas não temem a captura 8. Bxf6, pois tem resposta adequada, que é 8...Dxf6. Mas a ameaça branca é 8.Cd5!, atacando mais uma vez o cavalo do rei preto e, após 9. Cxf6+ gxf6 10. Bh6, conseguiram as brancas romper a barreira do roque preto, abrindo a coluna do cavalo do rei para um ataque. Essa manobra é viável graças à pregadura do cavalo do rei preto.
7...Bxc3
Uma troca necessária
As pretas descobriram a intenção do adversário, e eliminam o cavalo, que ameaçava dirigir-se à casa d5 para efetuar a manobra acima estudada. A defesa encontrada pelas pretas é boa. Ao contrário, combater a pregadura que o bispo branco exerce sobre o cavalo do rei preto com 7...h6 8. Bh4 g5, não é recomendável, por enfraquecer esses mesmos peões, que se movimentaram, e o próprio roque preto. Na maioria das vezes, o bispo da dama atacado retrocede a g3, mas, no caso presente, conseguem as brancas forte ataque com 9. Cxg5! hxg5 10. Bxg5 Bxc3 (forçado para evitar Cd5!) 11. bxc3 De7 12. Df3 Rg7 13. Dg3 seguido de f4.
8. bxc3 Ce7
Evitar enfraquecer o roque
Já sabemos que o roque visa dar jogo à torre do rei (no roque pequeno) e colocar o rei em segurança. Mas, a estrutura do roque deve ser mantida, para não tornar o roque débil, facilmente alvo de ataque. Os três peões das colunas f,g e h são o escudo do rei. Tem força defensiva máxima, quando situados em suas casas iniciais. O avanço de um deles, ou seu desaparecimento, estabelece falhas nesse escudo, por onde o rei pode vir a ser fatalmente atingido. Com 8... Ce7 as pretas permitem a destruição desse escudo real, pois, se as brancas jogarem 9. Bxf6, a resposta forçada é gxf6 e resulta daí:
a) uma coluna aberta sobre o roque preto, por onde podem agir peças inimigas (damas e torres);
b) peões dobrados (f7 e f6), que devem ser evitados, visto constituírem fraquezas;
c) casas fracas, f6 e h6, onde podem ser instaladas peças adversárias, porquanto desaparece o peão em g7, que dominava essas casas.
9. Ch4
Abertura de colunas abre jogo às torres
Para prosseguir com f4 e fazer atuar a torre do rei no ataque ao rei inimigo, pela abertura da coluna do bispo do rei. É uma manobra típica para aproveitar a ação das torres.
9...c6
Incomodava o segundo jogador o domínio que o bispo do rei branco exercia sobre as casas d7 e e8. Daí a razão de seu último lance.
10. Bc4
Dirigir as peças para o lado em que está o rei inimigo.
Porém, a posição deste bispo é, de novo, esplêndida, porque atua sobre a casa f7, duas vezes defendida, é verdade, mas uma defesas defesas sendo o próprio rei.
10...Be6
Tanto era eficiente a ação do bispo branco em c4, que as pretas procuram opor-se a sua ação e mesmo eliminá-lo.
11.Bxf6!
Debilitar o roque inimigo no momento exato
As brancas realizam a captura que seu adversário permitira a dois lances atrás, mas fazem-no, agora, no momento exato, sem deixar às pretas possibilidades de compensação de aproveitamento da coluna aberta.
11...gxf6
Retomada forçada: Se 11...Bxc4?; com 12. Bxe7!, as brancas ganham uma peça: 12...Dxe7 13. Cf5!, seguido de 14. dxc4.
12. Bxe6 fxe6 13. Dg4+!
Tem grande eficiência os lances que visam mais de um objetivo
Devido à perigosa política de permitir a destruição de seu escudo real (os peões do roque), encontram-se, agora, as pretas alvo de ataque. A barreira de peões do roque foi destruída, originando-se uma coluna aberta, que nenhuma compensação trouxe às pretas. Ao contrário, constitui, isso sim, via de ataque para o inimigo. Com 13. Dg4+, as brancas alcançaram dois ataques simultâneos, um ao próprio rei inimigo e outro ao peão em e6 indefeso. Esses lances, que atingem mais de um objetivo são altamente eficientes e, frequentemente, ocasionam vantagem material, quando não restringem o jogo adversário, pela limitação das respostas.
13...Rf7
Forçado, para não perder o peão. Eis o caso de limitação na resposta.
14. f4
Com o objetivo de fazer atuar a torre do rei na coluna aberta, após a troca de peões.
14...Tg8
A primeira vista, as pretas conseguiram uma compensação, porquanto sua torre atua na coluna aberta G, sobre o rei branco. Mas o jogador das brancas demonstrará a inconsistência e a fraqueza do roque adversário.
15. Dh5+!
Outra vez um lance de duplo objetivo: atacar o rei e o peão de h7 indefeso.
15...Rg7
Corre o rei preto para defender o seu peão. Outro exemplo de limitação de resposta a um lance de dupla finalidade.
16.fxe5
Abre-se uma coluna: torres em ação
O lance das brancas, que foi bem preparado, dá ao primeiro jogador o controle absoluto da coluna aberta F, por onde atuarão com eficiência suas torres.
16...dxe5
Retomada obrigatória. Se 16...fxe5, as brancas dariam mate em dois lances, com 17. Tf7+ Rh8 19. Dxh7#. Essa continuação já é suficiente para demonstrar a força da torre branca na coluna aberta f.
17. Txf6!
Sacrifício correto e que tem como base a excelente posição de ataque das peças brancas e a má posição do rei inimigo, que não mais dispõe de seu escudo protetor (os peões do roque).
17...Rxf6 18.Tf1+ Cf5
Forçado; se 18...Rg7, novamente haveria mate em dois lances, com 19. Tf7+ Rh8 20. Dxh7#.
19. Cxf5!
Melhor que 19. exf5, que permitiria a fuga do rei preto via 19...Rf7; com posição igualmente perdida, é verdade, mas que daria maior resistência às pretas.
19...exf5 20. Txf5+ Re7
Após Re6, seguir-se-ia a mesma continuação.
21. Df7+ Rd6 (único lance) 22. Tf6+ Rc5
Paga o rei preto por desprezar a proteção dos peões do roque.
23. Dxb7!
Entregando a torre, mas não pode ser capturada, por causa de 24. Db4#. Ao mesmo tempo ameaça 24. Txc6#.
23...Db6
Única jogada que evita os dois mates apontados. Mas...
24. Txc6+! Dxc6 25. Db4#
Observar que a dama preta, ao ocupar a casa c6, tirou do seu rei uma casa de fuga.
Abertura dos Quatro Cavalos
Brancas: Capablanca
Pretas: H. Steiner
1.e4
É um ótimo lance inicial, e deve ser o preferido pelos que se iniciam em xadrez.
Sua finalidade é ampla:
a) Ocupa importante casa central de seu território (e4), ao mesmo tempo que exerce fiscalização em duas casas do território inimigo (as casas d5 e f5). Decorre daí uma vantagem: o inimigo não poderá ocupar essas duas casas de seu campo, ameaçadas que estariam de captura por parte do peão branco.
b) Concorre vantajosamente, para o desenvolvimento das peças brancas, por facilitar a saída do bispo do rei e da Dama.
Não é uma jogada de ataque, nem de defesa; é um lance neutro, de desenvolvimento.
1...e5
Tem as mesmas razões que o lance anterior.
2. Cf3
É um lance de desenvolvimento, de ação central, mas também de ataque. De desenvolvimento, porque o cavalo em f3 domina oito casas (f1, h2, h4, g5, e5, d4, d2 e e1), enquanto em sua casa inicial dominava apenas três (e2, f3 e h3). De ação central, porque visa duas casas do centro, d4 e e5. E é um lance de ataque, porque ameaça diretamente o peão do rei inimigo. É a melhor casa de saída para o cavalo. Inferiores seriam Ch3 (sem ação central) e Ce2, onde dominaria menor número de casas.
Qual a melhor defesa para o peão atacado das pretas? Quais as defesas diretas possíveis? Qual a melhor?
a) 2...f6. Embora, aparentemente, resolva a defesa do peão do rei, não é recomendável porque enfraquece um futuro roque preto (pelo avanço de um peão do roque e pela abertura da diagonal das brancas a2-g8 sobre o roque) e também porque priva o cavalo do rei de sua melhor casa que é f6. Também pouco colabora para o domínio central (apenas defende o peão do rei atacado) e em nada coopera para o desenvolvimento. Ao contrário, limita eventual saída da Dama pela diagonal das pretas d8-h4. Se não existissem esses motivos posicionais, para repudiar o lance 2...f6, haveria a seguinte continuação tática 2...f6; 3.Cxe5 dxe5 4. Dh5+ g6 5.Dxe5+, seguido de Dxh8, e as Brancas ganham material.
b) 2...d6. Defende o peão do rei e permite o desenvolvimento do bispo da dama, mas é de pouca ação no centro e obstrui a saída do bispo do rei. Por esses inconvenientes não é considerada boa defesa.
c) 2...De7. Salta os olhos o inconveniente deste lance: impede a saída do bispo do rei, além de não exercer ação central.
d) 2...Df6. Priva o cavalo do rei de sua melhor casa e se expõe, após o avanço do peão da dama branco, ao ataque Bg5 das Brancas. Também sem ação no centro. Não é, pois, defesa recomendável.
e) 2...Bd6. Bloqueia o avanço do peão da dama preto, dificultando o desenvolvimento do bispo da dama. É má defesa.
f) 2...Cc6. Defende o peão do rei atacado e exerce ação nas casas centrais e5 e d4. Constitui ótimo lance de desenvolvimento; não impede a saída de nenhuma peça de seu lado, domina oito casas. É por isso, a melhor defesa para o peão do rei atacado.
2...Cc6
3. Cc3
Em sua casa inicial este cavalo dominava apenas três casas (a3, c3 e d2). Agora domina oito (b1, a2, a4, b5, d5, e4, e2 e d1). Representa bom lance de desenvolvimento e com ação central nas casas e4 e d5.
3... Cf6
Bom lance, pelas mesmas razões acima apontadas.
4. Bb5
Em sua casa inicial, este bispo agia em todas as casas de sua diagonal aberta. Agora, age, ainda mais, sobre as casas a4 e c6, onde se encontra um cavalo inimigo. Com tal saída foi ampliado seu raio de ação, ao mesmo tempo que tornou possível a realização do roque pequeno. Por esse lado, constitui bom lance de desenvolvimento. Mas é igualmente lance de ataque, porquanto ameaça Bxc6, eliminando a defesa do peão do rei preto, que poderá, depois, ser capturado pelo cavalo branco de f3. Indiretamente tem ação central, pela ameaça de eliminar o cavalo inimigo, que atua sobre o centro. Trata-se, pois, de um bom lance.
4...Bb4
O contra-ataque como defesa
Este lance surpreende o principiante. Se a ameaça branca era 5.Bxc6, seguido de 6.Cxe5, parecia haver necessidade de defender o peão do rei preto, por exemplo, com 4...d6, procurando substituir a defesa, que o peão do rei irá perder devido à ameaça 5.Bxc6. Porém, essa defesa teria o inconveniente de obstruir a saída do bispo do rei, e já sabemos que as peças devem ser desenvolvidas sem prejudicar a saída das peças companheiras. E o lance do jogo organiza alguma defesa para o peão do rei atacado? A resposta é afirmativa. A jogada 4...Bb4 constitui defesa pelo contra-ataque. Visa eliminar a defesa do peão do rei inimigo, capturando o cavalo de c3 das brancas, seguindo-se da captura Cxe4. Se 5.Bxc6, procurando ganhar o peão preto, a partida seguiria do seguinte modo: 5...dxc6 6.Cxe5 Bxc3 7. bxc3 Cxe4; e as pretas recuperariam o peão. Portanto, é uma jogada de desenvolvimento, de defesa (pelo contra-ataque) e de ação central, pois vulnera uma peça inimiga (o Cc6), que exerce fiscalização nas casas centrais. Surgiu, com esse lance, um ensinamento importante: um lance de contra-ataque , substituindo uma jogada defensiva.
5. O-O
O roque deve ser realizado o mais cedo possível.
O principiante deve procurar seguir a seguinte regra: "Roque tão logo quanto seja possível e de preferência com a torre do rei". O roque permite colocar o rei em segurança e dar jogo à torre do roque. Em algumas circunstâncias pode-se realizar o roque com a torre da dama, observando um ataque ao rei inimigo, que tenha rocado com sua torre do rei (caso de roques opostos); esse ataque, tendo por base a instalação de peças na ala do rei, principalmente torres, e avanço dos peões da ala do rei. Em ocasiões mais raras, poder-se-á atrasar, deliberadamente, o roque, aguardando-se as intenções do adversário, para optar-se, conforme o caso, pelo roque em uma das alas. Entretanto, em 90% dos casos, deve-se procurar rocar, rapidamente, com a torre do rei (roque pequeno).
5...O-O
Ambos os adversários intercalaram o roque no clima de tensão de luta existente ao redor dos peões centrais.
6. d3
Defendendo o peão do rei com outro peão, ao mesmo tempo que permite a saída do bispo da dama. Trata-se de um lance de desenvolvimento e de defesa.
6...d6
As razões são as mesmas acima indicadas.
7. Bg5
Em sua casa inicial este bispo apenas controlava as casas de sua diagonal aberta. Agora, age, ainda mais, sobre as casas h4 e f6, onde se encontra um cavalo inimigo. Portanto, lance que ampliou o raio de ação do bispo da dama. O cavalo do rei preto ficou cravado, não pode mover-se sem expor a dama preta a ser capturada pelo bispo branco. Trata-se, também, de um lance de ataque. As pretas não temem a captura 8. Bxf6, pois tem resposta adequada, que é 8...Dxf6. Mas a ameaça branca é 8.Cd5!, atacando mais uma vez o cavalo do rei preto e, após 9. Cxf6+ gxf6 10. Bh6, conseguiram as brancas romper a barreira do roque preto, abrindo a coluna do cavalo do rei para um ataque. Essa manobra é viável graças à pregadura do cavalo do rei preto.
7...Bxc3
Uma troca necessária
As pretas descobriram a intenção do adversário, e eliminam o cavalo, que ameaçava dirigir-se à casa d5 para efetuar a manobra acima estudada. A defesa encontrada pelas pretas é boa. Ao contrário, combater a pregadura que o bispo branco exerce sobre o cavalo do rei preto com 7...h6 8. Bh4 g5, não é recomendável, por enfraquecer esses mesmos peões, que se movimentaram, e o próprio roque preto. Na maioria das vezes, o bispo da dama atacado retrocede a g3, mas, no caso presente, conseguem as brancas forte ataque com 9. Cxg5! hxg5 10. Bxg5 Bxc3 (forçado para evitar Cd5!) 11. bxc3 De7 12. Df3 Rg7 13. Dg3 seguido de f4.
8. bxc3 Ce7
Evitar enfraquecer o roque
Já sabemos que o roque visa dar jogo à torre do rei (no roque pequeno) e colocar o rei em segurança. Mas, a estrutura do roque deve ser mantida, para não tornar o roque débil, facilmente alvo de ataque. Os três peões das colunas f,g e h são o escudo do rei. Tem força defensiva máxima, quando situados em suas casas iniciais. O avanço de um deles, ou seu desaparecimento, estabelece falhas nesse escudo, por onde o rei pode vir a ser fatalmente atingido. Com 8... Ce7 as pretas permitem a destruição desse escudo real, pois, se as brancas jogarem 9. Bxf6, a resposta forçada é gxf6 e resulta daí:
a) uma coluna aberta sobre o roque preto, por onde podem agir peças inimigas (damas e torres);
b) peões dobrados (f7 e f6), que devem ser evitados, visto constituírem fraquezas;
c) casas fracas, f6 e h6, onde podem ser instaladas peças adversárias, porquanto desaparece o peão em g7, que dominava essas casas.
9. Ch4
Abertura de colunas abre jogo às torres
Para prosseguir com f4 e fazer atuar a torre do rei no ataque ao rei inimigo, pela abertura da coluna do bispo do rei. É uma manobra típica para aproveitar a ação das torres.
9...c6
Incomodava o segundo jogador o domínio que o bispo do rei branco exercia sobre as casas d7 e e8. Daí a razão de seu último lance.
10. Bc4
Dirigir as peças para o lado em que está o rei inimigo.
Porém, a posição deste bispo é, de novo, esplêndida, porque atua sobre a casa f7, duas vezes defendida, é verdade, mas uma defesas defesas sendo o próprio rei.
10...Be6
Tanto era eficiente a ação do bispo branco em c4, que as pretas procuram opor-se a sua ação e mesmo eliminá-lo.
11.Bxf6!
Debilitar o roque inimigo no momento exato
As brancas realizam a captura que seu adversário permitira a dois lances atrás, mas fazem-no, agora, no momento exato, sem deixar às pretas possibilidades de compensação de aproveitamento da coluna aberta.
11...gxf6
Retomada forçada: Se 11...Bxc4?; com 12. Bxe7!, as brancas ganham uma peça: 12...Dxe7 13. Cf5!, seguido de 14. dxc4.
12. Bxe6 fxe6 13. Dg4+!
Tem grande eficiência os lances que visam mais de um objetivo
Devido à perigosa política de permitir a destruição de seu escudo real (os peões do roque), encontram-se, agora, as pretas alvo de ataque. A barreira de peões do roque foi destruída, originando-se uma coluna aberta, que nenhuma compensação trouxe às pretas. Ao contrário, constitui, isso sim, via de ataque para o inimigo. Com 13. Dg4+, as brancas alcançaram dois ataques simultâneos, um ao próprio rei inimigo e outro ao peão em e6 indefeso. Esses lances, que atingem mais de um objetivo são altamente eficientes e, frequentemente, ocasionam vantagem material, quando não restringem o jogo adversário, pela limitação das respostas.
13...Rf7
Forçado, para não perder o peão. Eis o caso de limitação na resposta.
14. f4
Com o objetivo de fazer atuar a torre do rei na coluna aberta, após a troca de peões.
14...Tg8
A primeira vista, as pretas conseguiram uma compensação, porquanto sua torre atua na coluna aberta G, sobre o rei branco. Mas o jogador das brancas demonstrará a inconsistência e a fraqueza do roque adversário.
15. Dh5+!
Outra vez um lance de duplo objetivo: atacar o rei e o peão de h7 indefeso.
15...Rg7
Corre o rei preto para defender o seu peão. Outro exemplo de limitação de resposta a um lance de dupla finalidade.
16.fxe5
Abre-se uma coluna: torres em ação
O lance das brancas, que foi bem preparado, dá ao primeiro jogador o controle absoluto da coluna aberta F, por onde atuarão com eficiência suas torres.
16...dxe5
Retomada obrigatória. Se 16...fxe5, as brancas dariam mate em dois lances, com 17. Tf7+ Rh8 19. Dxh7#. Essa continuação já é suficiente para demonstrar a força da torre branca na coluna aberta f.
17. Txf6!
Sacrifício correto e que tem como base a excelente posição de ataque das peças brancas e a má posição do rei inimigo, que não mais dispõe de seu escudo protetor (os peões do roque).
17...Rxf6 18.Tf1+ Cf5
Forçado; se 18...Rg7, novamente haveria mate em dois lances, com 19. Tf7+ Rh8 20. Dxh7#.
19. Cxf5!
Melhor que 19. exf5, que permitiria a fuga do rei preto via 19...Rf7; com posição igualmente perdida, é verdade, mas que daria maior resistência às pretas.
19...exf5 20. Txf5+ Re7
Após Re6, seguir-se-ia a mesma continuação.
21. Df7+ Rd6 (único lance) 22. Tf6+ Rc5
Paga o rei preto por desprezar a proteção dos peões do roque.
23. Dxb7!
Entregando a torre, mas não pode ser capturada, por causa de 24. Db4#. Ao mesmo tempo ameaça 24. Txc6#.
23...Db6
Única jogada que evita os dois mates apontados. Mas...
24. Txc6+! Dxc6 25. Db4#
Observar que a dama preta, ao ocupar a casa c6, tirou do seu rei uma casa de fuga.
Assinar:
Postagens (Atom)